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Grenache, Garnacha, Cannonau... cuidado, aqui vem uma sedutora!

Por Cédric Grelin, diretor de Produtos e Importação da Edega
Foto: Bodegas Arrayán 
  
A Grenache encanta tanto pelo seu calor quanto pela redondeza de seu caráter. É uma casta versátil que sabe se adaptar a vários terroirs. Uma coisa é certa: em vinho varietal ou em corte essa uva sempre encarna a generosidade... É difícil de resistir!

A grenache: uma casta versátil que surpreende
Nos reflexos encantadores de sua cor vermelha e dourada, a Grenache esconde numerosas intensidades gustativas. Para os rosés surpreende com seu frutado, sua sensação de boca sedosa e sua cor pálida. Para os tintos, ela oferece uma verdadeira plenitude e aromas de groselha preta, amora, violeta e especiarias.
Sem dúvida uma das melhores provas de sua generosidade: seus taninos derretem com a idade chegando, revelando deliciosos aromas de frutas maduras e secas mas, acima de tudo, do garrigue, de especiarias e até de pimenta do reino fresco. 

Essa é uma casta que produz vinhos ricos em álcool e com baixa acidez – o que lhes dá uma redondeza agradável e, acima de tudo, uma bela estrutura para obter um grande potencial de envelhecimento. 

A Grenache é frequentemente associada à Syrah, Carignan e Mourvèdre.
Vinificada como um Vin Doux Naturel (VDN), por meio da sua oxidação ela traz uma poderosa intensidade aromática com notas de especiarias (cacau, café, caramelo) e frutas secas (nozes, figos, sultanas).

Uma uva com diferentes tonalidades e origem misteriosa
Sua cor depende de seu rendimento e da qualidade do seu terroir de produção. Essa é uma casta encontrada em três diferentes variações de cores: branca, preta e cinza. A variedade mais comum - e a que dá origem às outras mutações – é, claro, a Grenache negra, no qual vamos principalmente nós concentrar.

O Grenache vem certamente do norte da Espanha, presumidamente de Aragão, como é evidenciado por seu nome mais comum: Garnacha. Com certeza sua origem é muito antiga. As mutações espontâneas que geraram as variantes brancas, cinzas ou peludas são um sinal de sua idade, segundo o ampelógrafo P. Galet. Há evidências da presença da Garnacha na Espanha em 1513, em um tratado sobre agricultura de Gabriel Alonso, mas alguns autores, como Lovicu (2006), procurem provar que essa casta tem origem na Sardenha (Itália), onde seus vestígios podem ser encontrados ainda mais cedo. 

Existem dúvidas e disputas entre os especialistas sobre a origem do grenache e a etimologia não responde a essa questão, pois há duas explicações possíveis. 
A Garnacha poderia vir da Verniacca italiana, que era uma variedade de uva branca presente na Sardenha na época. É igualmente possível que a palavra venha da garnaxa catalã, que se referia ao manto do rei, cuja cor era semelhante à de um vinho tinto. Italiana ou espanhola, Jancis Robinson, J. Harding e José Vouillamoz parecem preferir a segunda opção. Ela foi introduzida no que é hoje a França na Idade Média, quando o Sul pertencia ao domínio do Reino de Aragão. Segundo Guy Lavignac, ela foi levada de volta pelos peregrinos que retornavam de Santiago de Compostela, na Espanha. Outras fontes mencionam que Arnau de Vilanova teve um interesse particular nessa variedade de uva devido a sua origem catalã para a preparação de remédios à base de álcool vínico. Até hoje as pesquisas genéticas não estão concluídas e a Grenache continua a guardar o segredo das suas origens!

Uma casta muito cultivada no mundo
A Grenache é uma das dez variedades de uva mais plantadas no mundo. No final do século XX era a segunda variedade de uva mais cultivada no mundo depois da Airén, mas ela sofreu um lento declino nos últimos 15 anos, a favor de castas mais internacionais. Desde então, em 2015 foi ultrapassada pela Merlot, Cabernet Sauvignon, Syrah e Tempranillo entre outras, segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). 

Criticada por um tempo, hoje em dia ela voltou ao vigor notadamente graças à denominação Châteauneuf-du-Pape, mas também graças aos vinhos tintos do Priorato (Espanha) e ao fator do aquecimento global, já que possui resistência a temperaturas elevadas. Atualmente a Grenache é plantada em todo o mundo, particularmente em torno do Mediterrâneo e em países com um clima generoso. Pode ser encontrada historicamente em todo o Mediterrâneo, na França, Espanha, Itália, Líbano, Marrocos, Argélia, Tunísia e Grécia. Pouco a pouco a uva encontrou novas fronteiras na África do Sul, Austrália - onde é o G do famoso corte GSM -, Califórnia (região do Chaparral), Argentina, Uruguai e Chile (historicamente no Sul de Santiago e na região de Maule). Mesmo assim, a Espanha e a França representam 87% das suas plantações.

Na Espanha ela é cultivada em quase todo o norte do país, em Aragão (presente em todos os vinhos rosados), Castela, Rioja, País Basco, Catalunha (encontrada em todas as denominações) e Extremadura. Os vinhos de videiras antigas, às vezes prefiloxera sem enxerto, são hoje tesouros que os vinhateiros espanhóis, como Arrayán, sabem valorizar.

Na França é uma das castas mais cultivadas, com hoje quase 96.000 ha. Principal casta dos Châteauneuf-du-Pape, a Grenache também está presente em todas as outras denominações do Mediterrâneo, nos vinhedos de Languedoc-Roussillon, nos de Côtes du Rhône - nos quais ela deve representar um mínimo de 50% do corte - e na Provença. É obrigatória em quase todos os vinhos AOP Vin Doux Naturel rosés e tintos da França (Rivesalte, Banyuls e Maury).

Na Itália essa uva é cultivada na Sardenha, na Sicília e na Calábria, onde é mais comumente conhecida como Cannonau. É a principal variedade da Sardenha, onde produz vinhos encorpados. Também é encontrada na Úmbria, na região do Lago Trasimento, e no Vêneto.

As características da Garnacha
A Grenache é provavelmente a variedade de uva mais fácil de identificar quando se caminha nos vinhedos. Sua cor azulada é facilmente reconhecível, seus cachos são grandes e suas folhas são de cor verde clara, sem pêlos e brilhantes. As folhas têm um formato bastante arredondado, sem lóbulos bem marcados - como é o caso da Syrah, por exemplo.

Trata-se de uma casta muito vigorosa e produtiva, que deve ser podada curta, adaptada aos solos cascalhentos ou pedregosos (seixos) com baixa acidez. A Grenache como uma única variedade tem baixa vivacidade, o que resulta em vinhos com pouca ou média cor. A depender da concentração do solo e do tipo de vinho produz de 20 hl/ha nas denominações de vinho natural doce (VDN) até quase 100 hl/ha na área plana para vinhos genéricos de mesa. 

A Grenache está bem adaptada a solos ligeiramente ácidos, cascalhentos, pedregosos, quentes e altamente reverberantes, que lhe permitem um longo e bom período de maturação. 

Os vinhos de Grenache de uma única variedade são bastante raros, já que é difícil atingir a sua maturidade perfeita, mas os produtores que usam vinhas antigas com baixos rendimentos conseguem alcançar resultados extraordinários com vinhos de excepcional profundidade e imenso potencial de envelhecimento.

Conheça os nossos vinhos produzidos com a uva Grenache:

Domaine Mourchon Family Réserve Grenache

Arrayán Garnacha 2015

Attilio & Mochi The First Grenache 2018

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