O Domaine de la Solitude pertence a uma das famílias mais antigas da região. Suas origens são múltiplas, mas possuem duas ramificações principais: Os Barberini e os Martin. Os Barberini, originários da Toscana, se instalaram na Provença no século XII, e os Martin no século XV, na região de Avignon, próximo de Châteauneuf-du-Pape. Em 1604, Jean Barberini bisneto do Papa Urbain VIII (simbolizado pelas abelhas do rótulo), se instalou definitivamente em Châteauneuf-du-Pape e transformou
seu nome para Barberin. Sua neta Hélène Barberin casou-se com Claude Martin, proprietário de um vasto vinhedo espalhado na região e seu bisneto, Paul-Clair-Agapet Martin, fez crescer o negócio e a notoriedade da propriedade até a Revolução. Seu vinho "vin de la Solitude" – já que a denominação Châteauneuf-du-Pape ainda não existia, foi comercializado por toda a Europa, até a Inglaterra. Vindo a falecer ainda jovem, deixou a sua obra inacabada e desde então foram as filhas da família que transmitiram a propriedade em dote casando-se com notáveis e as vezes pouco interessados pelos vinhedos, os quais acabaram ficando quase abandonados. A crise da Filoxera acabou completamente com a propriedade e a produção de vinho até a chegada de Albert Jacob no início do século XX, que soube reativar a propriedade. Sua filha se casou com Pierre Lançon que continuou o trabalho de reforma para elevar a La Solitude ao mesmo patamar e fama histórica. Seus dois filhos, desde os anos 70, ajudaram a aperfeiçoar a propriedade com material enológico moderno. Eles conseguiram identificar as melhores parcelas da vinícola para criar cuvées como a cuvée Barberini, de estilo moderno, ou a cuvée secrète, de estilo mais clássico. Hoje, François Lançon, formado em enologia, depois de trabalhar na Nova Zelândia e na Austrália, está no comando da vinícola com uma orientação voltada a um maior respeito ao meio ambiente e com a vontade de deixar seu histórico e excepcional terroir expressar-se livremente.
