Por Philippe de Nicolay Rothschild
Desde quando se tem registro, o vinho sempre aqueceu o coração de muitos homens e mulheres. Esta bebida foi vista pela primeira vez na Armênia, há 6.000 anos, e logo em seguida floresceu ao longo da história. Os gregos e os romanos usaram e abusaram, e os pintores dos séculos XVI e XVII mostraram muitas cenas relacionadas a ela.
Eis que um dia você decide começar uma vinícola. Depois de muitas pesquisas parece que as coisas conspiram a seu favor e você encontra o lugar que sempre sonhou. Você divide sua terra em parcelas e planta diferentes variedades de uvas e espera.
Depois de cinco anos, suas vinhas estão cheias de uvas maduras e prontas para serem colhidas. Você investiu em barris e começou a fermentar o suco de cada variedade e, aproximadamente depois de duas semanas, aconteceu a magia e você fez vinho!
Agora vem a parte difícil, que é decidir se vai produzir vinho de uma só variedade ou de assemblage. Talvez seja mais fácil escolher um vinho com somente uma uva, mas se naquele ano ela for atacada por uma praga, você corre o risco de produzir pouco ou nenhum vinho. Então você decide ir para o de corte, prepara de centenas a dezenas de amostras diferentes, que o ajuda a chegar em três opções. A escolha é tão difícil... mas no final todo esse esforço vale a pena: você fez o seu vinho! Você é agora oficialmente um enólogo!
No ano seguinte é a sua primeira temporada completa, você reza para que o tempo esteja a seu favor, que as chuvas venham no período certo e o sol na hora certa. Todo dia é cheio de desafios e ansiedade. Vem a primavera, o verão, e chega a época da colheita, quando prova suas uvas para decidir em qual época elas terão o conteúdo adequado de açúcar.
Agora é o dia: o céu está claro e você só tem quarenta e oito horas para fazer toda a sua colheita. E mais uma vez a magia se faz presente e transforma o suco em vinho. Todo esse trabalho duro se transforma em orgulho e alegria. Seu amor está em cada garrafa e você dá prazer a si mesmo e ao mundo.
Existe alguma coisa melhor que o VINHO?
*artigo originalmente publicado na revista Versatille